Abandonar-se

     Abandonar-se é um convite a deixar de estar agarrado seja ao que for - quer seja a uma ideia, a uma coisa, a um acontecimento, a um determinado tempo, ou visão ou desejo. É uma decisão consciente de se abandonar com total aceitação a corrente dos momentos presentes á medida que eles se apresentam.
     Abandonar-se  significa deixar de coagir, resistir ou lutar, em troca de algo mais poderoso e total que vem de permitir que as coisas sejam como são sem deixar apanhar pela atrcção ou repulsa que elas exerçam, nã prisão int´rnsica de querer, de gostar ou não gostar. É semelhante a abrir a palma da mão para entregar algo a que se esteve agarrado.
    Mas não é só a prisãodos nossos desejos relativamente a acontecimentos exteriores que nos apanha. Nem é só aquilo a que estamos agarrados com as mãos. Agarramo-nos com as nossas mentes, deixamo-nos prender, ficamos apanhados, muitas vezes deseperadamente, com vistas estreitas, com esperanças e desejos servidores do ego.

Paciência

 
  Serve para alertar que as coisas acontecem a seu tempo. As estações não podem ser aceleradas. A primavera vem, a relva cresce por si. Estar com pressa geralmente não ajuda, e pode criar muito sofrimento, por vezes em nós, por vezes naqueles que tem de estar á nossa volta.

      A paciência é uma alternativa á inquietação e impaciência endêmicas do espírito. Arranhem a superfície da impaciência e o que encontrarão por baixo, mais ou menos subtilmente, é a raiva. É a energia forte de não querer que as coisas sejam como são e culpar alguém ou algo disso.

     Não aparece espontâneamente, precisa se praticada, cultivada.

     Ao fazermos meditação, estamos a cultivar a qualidade da paciência, de cada vez que paramos, nos sentamos e tornamos conscientes do fluxo da nossa própria respiração.

     Ao prestar atenção ao suave fluxo da sua própria respiração, repare nas tentativas ocasionais da mente de se virar para outras coisas, de querer preencher o seu tempo ou alterar o que está a acontecer.